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Quando roncar se torna um problema para a saúde?

O ronco é a vibração das vias aéreas (nariz e garganta) em decorrência de uma dificuldade da passagem de ar. Depois dos 40 anos idade, estima-se que aproximadamente quatro de cada dez pessoas roncam; e depois dos 60 anos esse número cresce para seis de cada dez pessoas. Apesar de comum, o ronco merece atenção quando começa a provocar “quebras” frequentes do sono.

Pneumologista e integrante da Unidade de Medicina do Sono do Hospital Sírio-Libanês, o dr. Maurício da Cunha Bagnato explica que o ronco está ligado ao relaxamento de uma musculatura que temos na região da garganta. Por isso, tudo que altera o funcionamento normal dessa musculatura pode ser considerado como fator de risco para o ronco, como:

– Envelhecimento;

– Obesidade;

– Dormir de barriga para cima;

– Consumir bebidas alcoólicas próximo ao horário do sono;

– Medicamentos com relaxante muscular (podem relaxar a musculatura da garganta enquanto estiverem em uso);

– Ter o queixo retro-posicionado (para trás);

– Ter amígdalas e adenoides grandes.

O ronco também costuma ser mais comum nos homens do que nas mulheres. “Os hormônios femininos formam um tipo de proteção natural da musculatura da garganta”, explica o dr. Bagnato. “Enquanto os homens começam a roncar por volta dos 40 anos de idade, as mulheres normalmente começam depois dos 50 anos, quando as oscilações hormonais aumentam”, compara.

Crianças e adolescentes também podem roncar, embora seja menos comum. Entre eles, o ronco ocorre principalmente por fatores físicos, como amídalas e adenoides grandes e congestionamento nasal.

Prejuízos na saúde relacionados ao ronco

Apesar de a maioria das pessoas não perceber, o ronco tende a atrapalhar o sono, provocando sintomas como cansaço, sonolência, irritação, dificuldade de raciocínio e perda de reflexo ao longo do dia.

O sono ruim também interfere na leptina — um dos hormônios responsáveis pela regulação da saciedade, o que pode fazer com que a pessoa passe a comer mais e engorde. O ideal é dormir de sete a oito horas, ininterruptas, todas as noites.

Outro problema de saúde relacionado ao ronco é a apneia. Esse distúrbio consiste no fechamento total das vias aéreas durante o sono, fazendo com que a pessoa tenha pequenas pausas respiratórias. “A respiração para muitas vezes por períodos superiores a dez segundos, e a pessoa se mexe na cama, suspirando fortemente e fazendo caretas”, descreve o dr. Bagnato.

Ao provocar falta de ar, a apneia do sono impulsiona o organismo a lançar mais adrenalina no sangue, aumentando a pressão arterial e a resistência à insulina. Ou seja, as pessoas com apneia têm maior tendência a desenvolver hipertensão e diabetes, aumentando assim o risco de doenças cardiovasculares, como infarto e acidente vascular cerebral (AVC).

Se você sente um ou mais dos sintomas relacionados a noites mal dormidas, procure ajuda médica. O exame de polissonografia é capaz de registrar e comparar diferentes variáveis biológicas durante o sono e auxiliar no diagnóstico e no acompanhamento de várias condições clínicas. Entre elas, o ronco, a apneia, os distúrbios ventilatórios e respiratórios, as alterações nos movimentos durante o sono, a epilepsia noturna e o sonambulismo. Nesse exame, o paciente dorme com sensores fixados no corpo, que permitem o registro dessas disfunções do organismo.

Os cuidados contra o ronco e a apneia dependem do grau de obstrução das vias aéreas. Em muitos casos, pode ser indicada apenas a eliminação do fator causador do problema, como perda de peso, redução do consumo de álcool à noite ou reposicionamento corporal ao dormir (indica-se dormir de barriga para baixo ou de lado).

Os tratamentos podem incluir também o uso do CPAP, sigla em inglês para “pressão positiva contínua nas vias aéreas”. Trata-se de um pequeno equipamento que auxilia a respiração durante o sono. Em alguns poucos casos, porém, a indicação pode ser cirurgia para correção de problemas nasais, amígdalas ou adenoides, ou cirurgia plástica de reposicionamento do queixo.

Fonte: Dr. Maurício da Cunha Bagnato, pneumologista e integrante da Unidade de Medicina do Sono do Hospital Sírio-Libanês.

Originalmente publicado em Hospital Hospital Sírio-Libanês.