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Artrite reumatoide: conheça a doença que é mais comum em mulheres

A artrite reumatoide é uma doença inflamatória, autoimune, que compromete principalmente as articulações, mas que também pode causar processos inflamatórios em outros órgãos, como rins e pulmões. A médica Dra. Adriana Pato, esclarece dúvidas sobre a doença, mais frequente em mulheres, na faixa dos 20 aos 40 anos.

Quais os sinais de artrite?

Além da artralgia (conhecida como dor articular), a artrite reumatoide se apresenta com edema (aumento de volume), calor e rubor articulares.  Geralmente os sintomas articulares não estão apenas relacionados à mobilização e esforço físico, sendo características da doença a dor mais intensa no período da manhã e rigidez matinal.  No início do quadro, os sintomas podem ser mais leves. Pode também haver sintomas inespecíficos como febre, emagrecimento e mal-estar geral.

Diagnóstico:  Abrange critérios clínicos , laboratoriais e exames de imagem. Deve ser sempre dado por um Reumatologista , avaliando cada critério com cuidado , e sempre valorizando a história clínica e exame físico , pois muitos pacientes têm exames de laboratório e de imagem inicialmente normais .

Ela pode ser dividida em estágios?

A Artrite Reumatóide tem várias formas de apresentação . Em alguns pacientes , ela pode ser inicialmente bastante agressiva , comprometendo várias articulações com alto grau de atividade inflamatórias , podendo causar erosões nas superfícies ósseas e deformidades bem precocemente no curso da doença , e em outro paciente menos agressiva .

Portanto o estágio inicial deve ser sempre bem avaliado para observar-se a atividade inflamatória e fatores de pior prognóstico .

Essa abordagem inicial é essencial para evitar estágios mais avançados da doença , que se caracterizam por deformidades variadas   que causam dor e limitações  importantes .

Grupos mais suscetíveis: mulheres jovens , caucasianas , dos 30 aos 50 anos.

É diferente para homens e mulheres? Como? 

Há uma diferença estatística na forma de apresentação entre homens e mulheres, em relação ao quadro clínico, que costuma ser mais intenso nas mulheres. As mulheres apresentam com maior frequência quadro poliarticulares (que comprometem maior número de articulações), simétricos, com envolvimento mais comum de punhos e mãos.  Em homens o quadro inicial geralmente é menos intenso, podendo ser assimétrico.

Qual o sinal de que devo me preocupar e procurar um reumatologista, e não um ortopedista?

Se há sinais de inflamação articular, que são edemas, calor e rubor, se há comprometimento de articulações pequenas e se é simétrico, e se há outros sintomas associados, como febre, fadiga e mal-estar geral.

Qualquer queixa articular merece a avaliação de um médico. No caso de sintomas inflamatórios, febre e sintomas gerais, a avaliação precoce pelo reumatologista pode ser importante na detecção da doença em fase inicial e permitir o tratamento apropriado mais rapidamente, e assim evitar sequelas.

O tratamento é simples?

O tratamento depende da intensidade do comprometimento. Existem medicamentos para a melhora dos sintomas articulares e processo inflamatório, e os medicamentos usados para controle da doença, para evitar que o processo inflamatório seja persistente e cause danos estruturais nas articulações, que levam a sequelas e deformidades.

Geralmente há necessidade de imunossupressores, para controle da autoimunidade, e o avanço recente no desenvolvimento do tratamento com biológicos, que age em alvos específicos do sistema imunológico e tem permitido um controle bem melhor da doença.

Também não podemos esquecer da grande importância da atividade física. Manter músculos bem condicionados e alongados contribuem para a melhora da mobilidade articular e do quadro doloroso.

O cuidado geral com a saúde, hábitos alimentares saudáveis, evitar estresse físico e emocional também são etapas essenciais do tratamento.

O tabagismo é um vilão no tratamento. É importantíssimo que o paciente portador de Artrite Reumatoide tenha consciência dessa interferência negativa na evolução da doença.

Existe cura?

Geralmente não. Os critérios de cura da doença são bastante específicos, mas há casos de remissão da doença, que permitem períodos até sem uso de medicação, mas não são frequentes. O mais comum é a remissão da doença, controlada com baixas doses de imunossupressores, biológicos ou não.

Muitos pacientes conseguem ficar assintomáticos, sem necessidade de anti-inflamatórios ou corticoides, desde que mantenham o tratamento e acompanhamento regular.

A doença evolui com rapidez?

Depende do quadro. Há casos em que a falta do tratamento inicial mais intenso pode causar deformidades de forma mais rápida, e outros que se comportam de maneira menos agressiva. Existem fatores clínicos e laboratoriais que indicam um pior prognóstico no início do quadro, por isso é importante a avaliação precoce pelo reumatologista.

O que posso fazer para impedir esses avanços?

Seguir as recomendações médicas, ter os cuidados já citados com a saúde em geral. Tirar suas dúvidas sobre o tratamento e medicamentos, bem como sobre a evolução da sua doença com o seu médico.

Existe alguma medida preventiva, que impeça o desenvolvimento da artrite?

Por ser uma doença autoimune, não sabemos ao certo que fator pode agir como um “gatilho” para o sistema imunológico e desenvolver a doença.  O mais importante é tentar cuidar bem da saúde em geral, para tentar evitar esses fatores.

Todos podem desenvolver? Existe um grupo mais propenso?

Há uma predisposição genética, com maior probabilidade de ocorrer a doença em filhos, netos e irmãos de portadores de Artrite Reumatoide, e até portadores de outras doenças autoimunes.

Há maior incidência em mulheres de 20 a 40 anos, mas pode ocorrer em qualquer faixa etária e sexo.

Como são os exames para detecção da doença?

Existem alguns marcadores sanguíneos que ajudam no diagnóstico da doença, mas a presença deles não a detecta, visto que eles podem estar presentes em pessoas sem a doença, e existem pacientes com Artrite Reumatoide nos quais esses exames não são positivos.

Para o diagnóstico é importante a avaliação desses exames e de alguns exames de imagem, além da avaliação clínica e exame físico do paciente.

Dados estatísticos : Atinge entre 0,5 a 1% da população brasileira , ou seja , cerca de 2 milhões de brasileiros atualmente são portadores de Artrite Reumatóide.

Por: Dra Adriana Pinheiro Pato (CRM/PR 21117 – RQE 13969)
Reumatologista na InCórpore Centro Médico