- 20/03/2020
- Posted by: admin
- Category: Blog, Saúde
Independente da causa, o isolamento social pode gerar consequências em curto, médio ou longo prazo, afetando não apenas o emocional, mas o corpo. Por essa razão, é necessário entender melhor como o distanciamento impacta o indivíduo e qual a melhor forma de lidar com esse período.
Coronavírus e isolamento social
É válido lembrar, que por mais que esse artigo informe a respeito sobre o isolamento social, seu principal foco é a importância do distanciamento em um momento no qual o coronavírus tornou-se uma das maiores preocupações na saúde em um contexto mundial.
Por essa razão, esse conteúdo não objetiva aprofundar-se em isolamento originado por fatores sociais ou pessoais.
O que é coronavírus?
Segundo o Ministério da Saúde, o coronavírus caracteriza-se por um conjunto de vírus (já existentes na década de 1960) que promovem a infecção respiratória em pessoas e animais, sendo o COVID-19 o tipo de vírus que está sendo combatido atualmente.
Entretanto, o considerado “novo coronavírus”, ao contrário dos outros tipos anteriormente estudados, tem espalhado-se em escala mundial, promovendo o contágio em pouco tempo.
Além disso, seus sintomas são similares a uma gripe comum (sendo necessário o diagnóstico por meio de exame específico), gerando inicialmente síndromes leves (similares a resfriados) e podendo evoluir consideravelmente, resultando em morte dos pacientes.
O que é o isolamento social?
Considerado um período de reclusão, o isolamento social se caracteriza pela falta de interação entre pessoas, principalmente pessoalmente. Dessa forma, seja para evitar o contágio de doenças ou devido a fatores sociais e pessoais, o confinamento pode acarretar em desconforto emocional, gerando fragilidade, estresse e até mesmo baixa imunidade.
Por que fazer o isolamento social?
Em casos de pandemias, epidemias ou surtos, a interação entre pessoas é uma das formas mais eficientes de propagar as doenças, acarretando em contágio em proporções imensuráveis.
Inclusive, a quantidade de infectados com o coronavírus pode chegar a dobrar em cerca de 3 dias quando há o contato entre pessoas. Por isso, embora afastar-se não garanta que o vírus não se espalhe, diminuir a propagação ao máximo, principalmente por meio do isolamento de grupos de risco, impacta diretamente na contenção da doença.
Além disso, quanto menos casos confirmados, menor é a busca por atendimento médico e a sobrecarga nos sistemas de saúde, possibilitando que pacientes em situação emergencial sejam tratados com prioridade.
É possível entender mais sobre sua importância por meio do vídeo a seguir:
Diferença entre quarentena e isolamento social
Embora tenham o objetivo de impedir que doenças contagiosas se propaguem, há diferenças singelas entre ambas. A quarentena refere-se a uma restrição da circulação de pessoas (obrigatória), sendo uma medida para assegurar que serviços de saúde possam ter manutenção (Portaria nº 356/3020 do Ministério da Saúde). Além disso, pode ser domiciliar ou hospitalar.
Já o isolamento é considerado uma restrição voluntária, sendo principalmente domiciliar. Entretanto, ambas consideram que uma das melhores formas de proteger outras pessoas é reduzindo ao máximo seu contato pela interação.
Como lidar com o isolamento social?
Em casos em que é preciso isolamento durante um período limitado de tempo, algumas dicas podem ajudar a lidar com esse período sem prejudicar significativamente o bem estar:
- Não entre em pânico
Entenda que é um momento delicado, mas finito. Além disso, manter a calma e evitar a ansiedade são formas de preservar a saúde mental. Por isso, não fique exposto a notícias e informações de modo excessivo.
- Evite pensar que o isolamento é uma punição
É preciso entender que em casos de crise na saúde, é necessário que aglomerações sejam evitadas ao máximo para impedir consequências mais graves. Por esse motivo, tente ver de forma racional a importância do isolamento e seus benefícios não só para o indivíduo, mas para toda a sociedade.
- Tente evitar a solidão e buscar a solitude
Ao contrário da solidão, a solitude é uma oportunidade de ter um momento para si mesmo, possibilitando o autoconhecimento e a descoberta de novas possibilidades.
Já a solidão é um estado de tristeza e sensação de abandono que não precisa surgir durante o isolamento. Então aproveite o tempo de calmaria para descobrir mais sobre seus gostos e rever aspectos importantes da vida.
- Não deixe que o pessimismo distorça a realidade
Muitas vezes o desespero e o pânico podem surgir do pessimismo, distorcendo fatos e criando uma realidade muito mais caótica do que realmente é. Por isso, sempre que um padrão de pensamentos ruins começar, tente preencher a mente com soluções e fatos positivos.
- Preencha o tempo
Evite ociosidade e tente manter-se ocupado ao máximo. Dessa forma, pensamentos serão preenchidos por atividades práticas e resultados concretos, o que trará maior conforto mental e promoverá um aumento considerável na calma. Além disso, tente seguir uma rotina, pois desse modo, mesmo em momentos de desânimo, o objetivo será uma forma de manter a disciplina.
- Busque pensar no bem social
Em casos em que nossas atitudes impactam diretamente no bem estar alheio, é altamente necessário pensar no benefício que podemos trazer aos outros quando respeitamos seu espaço e buscamos nos precaver.
Inclusive, tente priorizar os grupos de risco e ajudar todos que são dependentes, pois muitas vezes um simples gesto pode fazer toda a diferença. Desse modo, não apenas a sociedade pode se fortalecer, mas também o próprio indivíduo.
Quem deve fazer?
Mesmo que o isolamento deva ser feito pelo máximo de pessoas possível (de forma voluntária, inclusive), quem está no seguinte grupo de risco deve obrigatoriamente buscar a reclusão:
- pacientes confirmados com a doença;
- casos suspeitos (apresentam sintomas como febre e tosse, febre e coriza ou febre e dor de garganta);
- pessoas em contato com pacientes infectados;
- pessoas que viajaram para o exterior;
- pessoas em contato com quem viajou para o exterior.
Contudo, é importante salientar que a realização do isolamento social voluntário é uma forma significativa de diminuir as chances de contágio, principalmente em crianças, idosos e grávidas.
Dicas de bom convívio em casa
Durante o período de confinamento domiciliar, o tempo de convivência familiar aumenta drasticamente, inclusive em casos onde as pessoas passam a maior parte do tempo fora de casa.
Por isso, muitas vezes podem surgir conflitos e estresse, causando sobrecarga emocional e problemas. Desse modo, considerando a importância de manter um ambiente saudável (principalmente quando não há uma data limite para o isolamento), é preciso seguir algumas dicas para evitar que a coabitação se torne incômoda:
- Estabeleça tarefas domésticas
Separe obrigações para que todos ajudem na manutenção e limpeza da casa. Além disso, as tarefas podem ser revezadas, garantindo que todos participem.
- Respeite o período de lazer
Muitas pessoas preferem usar o celular, ler livros ou realizar atividades individualmente. Por essa razão, procure respeitar e ter seu próprio momento de lazer, uma vez que preservar sua individualidade também é necessário.
- Respeite quem precisa trabalhar home office
O home office tem sido uma alternativa muito comum para garantir que o serviço não acumule e nem pare. Por isso, é preciso respeitar a jornada do trabalho em casa de quem precisa cumprir a carga horária. Ou seja, nada de distrações, pedir favores ou incomodar, a menos que seja estritamente necessário.
- Façam atividades em família
Jantar, jogar ou realizar passatempos com toda a família pode ser uma forma de desestressar e possibilitar que haja um momento de descontração entre a família.
- Tenha paciência
Buscar compreender o outro e comunicar-se da melhor forma possível é um dos caminhos mais eficientes para lidar com conflitos. Deste modo, procure entender que é um momento difícil para todos, principalmente crianças e idosos.
Sendo assim, é preciso tentar encontrar um caminho no qual a individualidade e as necessidades de cada um sejam respeitadas.
Como fazer o isolamento social e se proteger do coronavírus?
Para reduzir ao máximo a propagação do vírus, é preciso tomar medidas dentro e fora de casa:
- Sempre lave as mãos
Utilize água e sabão ou álcool em gel 70, principalmente depois de entrar em contato com pessoas ou objetos compartilhados.
- Tenha cuidado ao espirrar ou tossir
Respeite a etiqueta respiratória, utilizada para prevenir não apenas a propagação do coronavírus, mas também de gripes e resfriados. Por isso, sempre cubra o nariz e a boca ao tossir ou evitar (com o cotovelo, por exemplo).
- Evite aglomerações
Embora nem sempre seja possível evitar aglomerações ou sair de casa, é altamente recomendado procurar distanciamento de cerca de 1,5 m de outras pessoas, além de buscar atendimento em horários fora de pico, utilizar máscaras se estiver em contato direto com casos confirmados e não realizar reuniões.
Também é recomendado usar todos os recursos online possíveis para realizar tarefas, como compras, pagamentos e comunicação com mais de uma pessoa.
- Deixe os ambientes bem ventilados
Procure sempre deixar janelas e portas (se possível) abertas de forma a permitir que o ar circule constantemente.
- Não compartilhe objetos de uso pessoal
Objetos como copos, talheres, toalhas, travesseiros, roupas e maquiagem podem ser meios de contágio, por isso, mesmo em isolamento familiar, evite usar utensílios de outras pessoas ou compartilhar os seus. Além disso, sempre procure higienizar superfícies e mãos com álcool em gel 70.
Todas as imagens e orientações foram retiradas da página do Ministério da Saúde.
Isolamento Social e Idosos
São muitos os casos em que os idosos (inclusos no grupo de risco) não respeitam ou são contrários à restrição domiciliar durante a pandemia. Por essa razão, é necessário que não apenas familiares, mas a sociedade como um todo, encontre meios para atenuar essa reação.
Contudo, para compreender o porquê desse comportamento, é preciso avaliar os motivos que geram a contínua exclusão das pessoas da terceira idade, como:
- abandono parental;
- abandono pelo Estado;
- intensificação das relações virtuais, comprometendo o convívio físico;
- preconceito;
- fragilidade;
- dependência.
Esses são alguns exemplos de fatores que podem não apenas gerar, mas aumentar a solidão, a depressão, o comprometimento da saúde física e mental, podendo inclusive aumentar o risco de morte.
Considerando esse cenário, é possível entender que pessoas mais velhas tendem a relacionar-se com mais facilidade pessoalmente, seja na casa de familiares, na vizinhança ou em grupos para atenuar a solidão.
Além disso, boa parte da população que tem envelhecido nos últimos anos tem se mantido ativa, acreditando que não são vulneráveis ou passíveis de adoecer com facilidade, o que torna o tempo em casa entediante.
Sendo assim, procuram manter sua rotina, mesmo que corram riscos. Isso mostra que a necessidade de assistência e amparo é maior do que comumente é percebido no dia a dia, uma vez que o isolamento é agravado em períodos de crise como no caso do coronavírus.
Deste modo, é preciso encontrar meios de ajudar e fornecer toda a ajuda necessária (para membros da família ou conhecidos) de forma a garantir que seu isolamento seja amenizado nesse período de risco, mas também após essa fase. Por isso, há dicas para manter os idosos ativos e fortalecer o vínculo:
- manter contato por telefone ou chamadas de vídeo;
- oferecer ajuda para qualquer tipo de necessidade;
- fazer exercícios;
- realizar atividades manuais;
- ler;
- assistir filmes e séries.
Auxiliar e cuidar de pessoas com idade avançada é a melhor forma de garantir que tenham qualidade de vida e bem estar.
Conclusão
Em momentos críticos para a saúde em nível mundial, sensatez e prevenção podem impactar diretamente na contenção de doenças como o coronavírus, altamente contagiosa e que pode ser fatal.
Por essa razão, é indispensável tomar todas as medidas possíveis para atenuar a situação, como recorrer ao isolamento social voluntário ou obrigatório. E embora pareça ser uma recomendação nociva, ao serem encontrados pontos positivos que motivem sua realização, esse período pode ser vivido de forma saudável e menos dolorosa possível.
Desse modo, seguir as dicas listadas nesse post e buscar informações confiáveis podem ser as medidas que farão a diferença no processo.
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